O que são os 'cogumelos mágicos' produzidos pela maior rede de alucinógenos do país
04/09/2025
(Foto: Reprodução) Cogumelos apreendidos durante operação da polícia do DF em 8 estados
A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu, na manhã desta quinta (4), nove suspeitos de integrar a maior rede de produção e distribuição de "cogumelos mágicos" do país.
Mais de 3 mil pacotes do produto foram apreendidos (veja vídeo acima). Esses “cogumelos mágicos” são alucinógenos que contêm psilocibina.
🔎 Psilocibina: substância psicodélica que altera a percepção sensorial, a noção de tempo e espaço e pode provocar experiências emocionais e visuais intensas. Ela é proibida pela Anvisa.
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Segundo a polícia, os suspeitos chegaram a vender os cogumelos com promessas de cura para depressão e ansiedade.
'Cogumelos mágicos' produzidos pela maior rede de alucinógenos do país
reprodução
O delegado Waldek Fachinelli explica que os efeitos dos cogumelos são parecidos com os das drogas sintéticas. Segundo ele, estudos indicam que eles podem causar a morte.
“Entre esses diversos efeitos estão a psicose, transtornos mentais, desconexão da realidade e paranoia. Pode haver, inclusive, aquela recorrência espontânea dos efeitos da droga, ou seja, anos depois, a pessoa pode apresentar a mesma reação”, afirmou o delegado.
Suspeitos presos
Polícia prende organização criminosa que vendia 'cogumelos mágicos' para todo o país
Nesta quinta, a polícia do DF prendeu suspeitos de integrar o grupo criminoso que vendia esses cogumelos.
Duas dessas prisões foram no DF, em Águas Claras e Taguatinga.
A operação acontece no Distrito Federal, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Pará, Santa Catarina, Espírito Santo e São Paulo.
Os investigados vendiam o produto de três formas: desidratados, misturados ao mel ou encapsulados. A venda era feita pelas redes sociais e os cogumelos eram entregues pelos Correios.
Como o esquema funcionava
Polícia Civil do DF prende organização criminosa que vendia cogumelos alucinógenos para todo o país
reprodução
O grupo criminoso usava as redes sociais e até influenciadores para atrair clientes, em sua maioria jovens frequentadores de festas de música eletrônica.
As drogas eram enviadas pelos Correios para todo o país, utilizando o sistema de comércio denominado dropshipping - modelo de negócio de comércio eletrônico em que o vendedor comercializa produtos em uma loja online, mas não mantém o estoque físico.
A investigação revelou que, embora a plataforma de vendas do Distrito Federal possuísse um cultivo próprio de cogumelos, sua capacidade era insuficiente para suprir a demanda da rede de distribuição.
A polícia chegou então ao centro da operação que ficava em Curitiba (PR), onde galpões funcionavam como laboratório, e salas de cultivo e estrutura para produzir até 200 quilos de cogumelos por mês.
Entre 2024 e 2025, foram identificadas 3.718 encomendas enviadas para o DF somando mais de 1,3 tonelada de cogumelos.
Criminosos anunciavam 'cogumelos mágicos' pelas redes sociais
PCDF
O grupo investia no patrocínio de feiras e festivais de música eletrônica, ambientes que facilitavam o contato direto com potenciais consumidores e reforçavam a associação da marca com experiências de lazer.
Influenciadores digitais e DJs eram recrutados como promotores, atuando na divulgação dos produtos ilícitos em redes sociais e eventos. A estimativa é que os investigados movimentaram R$ 26 milhões em apenas um ano.
Os investigados irão responder pelos crimes de tráfico de drogas qualificado, lavagem de dinheiro, integração em organização criminosa, disseminação de espécies que possam causar dano à agricultura, à pecuária, à fauna ou aos ecossistemas, promoção de publicidade abusiva e curandeirismo.
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