Mulher com criança passa a noite na prefeitura após denunciar marido por ameaça e não achar vaga em abrigo para vítimas em Sorocaba
17/06/2025
(Foto: Reprodução) Após discussão com o companheiro, vítima foi até a DDM registrar boletim de ocorrência e pedir abrigo para passar a noite com a filha, mas não havia vagas disponíveis nos locais de acolhimento. Mulher denuncia marido por ameaça e não acha vaga em abrigo de acolhimento em Sorocaba
Uma mulher de 31 anos e sua filha, de dois anos, passaram a noite desta terça-feira (17) em um andar da Prefeitura de Sorocaba (SP), depois de não conseguirem acolhimento em abrigos destinados à vítimas de violência doméstica.
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De acordo com o boletim de ocorrência, a mulher estava com a filha em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) da cidade, na noite de segunda-feira (16), quando começou a receber mensagens do companheiro questionando sua localização. Em seguida, o homem foi até a UBS, retirou a criança dos braços da mãe e fugiu com ela até uma área de mata.
A vítima conseguiu alcançá-los e recuperar a filha. No entanto, o suspeito passou a ofendê-la e tentou agredi-la, momento em que a mulher pediu socorro, e pessoas que estavam nas proximidades acionaram a Polícia Militar.
Os policiais conduziram mãe e filha até a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), onde a vítima relatou que era agredida pelo homem, com quem mantém um relacionamento há três anos e tem uma filha. Ela solicitou medidas protetivas de urgência e pediu abrigo para passar a noite com a criança.
Segundo relato da mulher, não havia vagas disponíveis nos abrigos da cidade. O Conselho Tutelar foi acionado e também tentou conseguir acolhimento para a vítima, mas não obteve sucesso.
Conforme apurado pela TV TEM, mãe e filha foram levadas para ao prédio da Prefeitura de Sorocaba, onde passaram a noite acompanhadas por conselheiras tutelares. Na manhã desta terça-feira, elas foram encaminhadas para um abrigo provisório.
"Estou decepcionada. É difícil para uma mulher passar por um constrangimento desse. Tive que ficar na prefeitura, um lugar muito gelado, com a minha filha no colo, sem cobertor e sem blusa. Passei muito frio. Também não tinha alimentos. Eu tirei sangue de manhã, comi apenas umas bolachas e tomei um copo de leite com café. Depois do ocorrido fui me alimentar apenas às 7h da manhã do dia seguinte, inclusive que uma conselheira tutelar se propôs a pagar", relata a vítima, que preferiu não se identificar.
Mulher com criança passa a noite na prefeitura após denunciar marido por ameaça e não achar vaga em abrigo para vítimas em Sorocaba
Marcel Scinocca/g1
Em nota, a Prefeitura de Sorocaba informou que questionou o Centro de Integração da Mulher (CIM Mulher), entidade responsável pelo acolhimento, o motivo ter negado abrigo à vítima e afirmou que fará uma fiscalização no local ainda nesta terça-feira.
"O município mantém convênio com a entidade, garantindo 20 vagas, e estranhou a recusa, já que, segundo a prefeitura, elas não estariam totalmente ocupadas. A moradora pode ir diretamente à Secretaria da Cidadania, na Rua Santa Cruz, 116, no Centro, para que seja acionada toda a rede de proteção", completou.
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